Na tarde de hoje, dia 29, os cerca de 1000 professores presentes na assembleia geral da categoria, realizada no Salão Nobre do Ginásio do Álvares Cabral, optaram pela continuidade da greve geral da Rede Municipal de Vitória. Paralisados desde o dia 14, os professores aguardam o posicionamento da Prefeitura em relação a melhorias reais na educação do município e reposição de perdas salariais na faixa dos 49%.
Durante a assembleia o magistério montou uma agenda de protestos para esta semana e agendou a data da próxima assembleia deliberativa. Divididos entre a PMV, a Secretaria Municipal de Educação e a Câmara de Vereadores, o movimento promete chamar à luta o funcionalismo de Vitória e questionar a postura intransigente da PMV. Vale lembrar que até o momento o Prefeito João Coser não negociou com a categoria.
Após a assembleia de sexta-feira, entre 11h e 12h30, o magistério promete realizar uma grande manifestação para celebrar o dia da mentira. Com o mote “No dia da mentira os professores contam a verdade sobre a Educação”, o magistério vai levar à sociedade capixaba o estado absurdo em que se encontra a Educação de Vitória. O local da manifestação será definido na assembleia que antecede o ato.
Veja a agenda de lutas do Magistério de Vitória:
Dia 30 (Quarta-Feira):
08h30 – Manifestação em frente à Secretaria Municipal de Educação
14h30 – Manifestação em frente ao Conselho Municipal de Educação de Vitória
Dia 31 (Quinta-Feira):
08h30 – Manifestação na Praça 8
14h30 – Manifestação em frente à Secretaria Municipal de Educação
18h30 – Reunião com os Conselhos de Escolas e Sindiupes na Câmara Municipal de Vitória
Dia 01 (Sexta-Feira):
08h30 – Assembleia Geral de avaliação (local a definir)
Após a assembleia o magistério vai realizar o protesto “No dia da mentira contamos a verdade sobre a Educação”. O local vai ser definido na mesma assembleia.
Entenda a Greve
A greve dos professores dá continuidade aos protestos iniciados no início do ano letivo. Além da substituição dos seguranças por porteiros nas escolas, e as péssimas e já conhecidas condições de trabalho na rede municipal, o estopim para as manifestações ocorridas foram o não pagamento do resíduo de mérito da categoria no período 2008/2010. O resíduo deveria ser pago em 2008, mas a Prefeitura não pôde arcar com o ônus e prometeu pagar nos três primeiros meses deste ano, mas não quitou nem a parcela de janeiro. Além de ter anunciado em mesa de negociação que o reajuste previsto para o ano de 2011, seria zero, por conta do desequilíbrio por que passa as finanças da fazenda pública municipal.
O magistério de Vitória acumula perdas salariais de 49%. Nas negociações salariais de 2010, o Prefeito João Cose se negou a repassar parte da inflação à categoria e decidiu por um reajuste muito abaixo do esperado. Com a greve, os professores exigem do Município o repasse da inflação remanescente de 2010 e a inflação de 2011, soma que resultaria em um acréscimo de 9% em folha de pagamento, além das perdas acumuladas nos anos anteriores à 2010, totalizando um reajuste de 49%.
Desde o início da greve a Prefeitura de Vitória se nega a discutir reajuste salarial com a categoria e se mostra pouco clara quando questionada sobre as péssimas condições estruturais das escolas, além da falta de professores para preencher as cadeiras das 98 unidades da Rede Municipal.
Saiba quais são as reivindicações da categoria:
1 - melhores condições de trabalho
a) política de segurança questionável, onde ocorreu a troca de vigilantes por porteiros, gerando insegurança no seio da escola;
b) falta de material de apoio, como pincéis, papéis e outros;
c) deficiência na infraestrutura das escolas, com ausência de verbas de custeio e pequenos reparos e reformas;
d) excesso de alunos por sala de aula;
e) aumentar a verba da educação para 35%;
f) ticket alimentação;
g) plano de saúde;
2 - Pagamento imediato da inflação
a) 2,18% retroativos a Janeiro de 2009 (inflação de 2008);
b) 4,11% de Jan, Fev, Mar e Abr de 2010;
c) inflação de 2010;
d) perdas históricas;
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