O Brasil se aproxima da impressionante marca dos 140 mil mortos pela covid-19. Porém, chama atenção o incrível esforço de Bolsonaro, dos governadores, dos prefeitos e da grande mídia burguesa de naturalizar as mortes e querer a reabertura das escolas em plena pandemia.
Os números são alarmantes, mesmo sem mencionarmos a grande subnotificação, que por detrás da denominação de Síndrome Respiratória Aguda Grave pode ter entre 30 mil a 40 mil mortes não notificadas por covid-19, segundo dados do próprio Ministério da Saúde.
Ao redor do mundo, o retorno das aulas presenciais tem se mostrado um grande fracasso, pois disparou o número de casos de covid-19 em crianças, como, por exemplo, na Espanha, Estados Unidos, Israel e Coreia do Sul.
Para se ter uma ideia, após o retorno das aulas presenciais, o número de casos de covid-19 entre crianças nos EUA aumentaram em 90%, de acordo com a Academia Americana de Pediatria.
Em Manaus, após um mês de volta às aulas presenciais, 1.770 profissionais da educação tiveram resultado positivo para infecção do novo coronavírus. Das 123 escolas reabertas, 87 tiveram casos positivos de covid-19 na comunidade escolar.
No Ceará, o governador Camilo Santana, cedendo à pressão do grande empresariado do ensino privado, impõe um decreto de retorno às atividades escolares presenciais em várias turmas para o início de outubro, depois de já ter liberado em decreto anterior o retorno da educação infantil. Também já existe um decreto municipal em Fortaleza que estabelece tal liberação de aulas presenciais.
Não existe nenhum estudo científico que garanta a segurança dos estudantes, professores, funcionários das escolas e familiares. Pelo contrário, as pesquisas apontam o quão perigoso é esse retorno presencial. De acordo com uma pesquisa recente da Fiocruz, o retorno às aulas presenciais coloca em risco a saúde de cerca de 9,3 milhões de brasileiros.
O Ceará já tem mais de 8.800 mortes, isso representa praticamente o dobro de mortes de toda a China. Como naturalizar um cenário tão sombrio como esse? Não são números, são vidas perdidas. Muitas famílias em luto.
De maneira acertada, a última assembleia geral (virtual) dos professores de Fortaleza votou por unanimidade pelo não retorno às aulas presenciais e deflagrou estado de greve.
Vale lembrar que a maior parte das escolas da rede municipal de Fortaleza sofrem com estruturas precárias de higiene, não oferecendo nenhuma segurança sanitária. Antes da pandemia até sabão para lavar as mãos faltava.
Então, agora é hora de preparar uma grande assembleia geral (virtual) que unifique toda a categoria para a luta contra essa imposição genocida dos governantes.
Escolas fechadas em defesa da vida!
CSP-CONLUTAS PELA BASE NA EDUCAÇÃO
