quarta-feira, 20 de junho de 2012

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO CEARENSE

“Através da solidariedade e união poderemos diminuir as diferenças na sociedade”

Nós, motoristas, cobradores, fiscais, mecânicos e demais trabalhadores do sistema de transporte urbano de Fortaleza e Região Metropolitana, viemos a público esclarecer a população os motivos da greve de nossa categoria.

Decidimos em assembleia realizada no dia 14 de junho, por unanimidade, entrar em greve por tempo indeterminado, apoiados no direito de greve e na certeza de que não restava alternativa a categoria, diante da postura do sindicato patronal na mesa de negociação.

Motivos da greve:

1- Foram cerca de 90 dias e 8 (oito) rodadas de negociação , onde o Sindônibus (sindicato patronal) não apresentou uma proposta digna aos trabalhadores, demonstrando uma postura intransigente e desrespeitosa;

2- A proposta do sindicato patronal manteve-se em 4.88% de reajuste, enquanto os trabalhadores para mostrar vontade de negociar e evitar a greve baixaram sua proposta até 15%;

3- 4,88% representa apenas o reajuste do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor);

4- O motivo de nossa luta vai além da econômica, lutamos também por saúde e melhores condições de trabalho. Alguns terminais não possuem condições para o consumo de água;

5- Lutamos contra uma jornada que consideramos absurda, a “dupla pegada” e a dupla função dos motoristas de micro-ônibus (o que nas topics é ilegal), que estão colocando em risco não somente a vida de nós trabalhadores, mas dos passageiros.

Nós lutamos por 15% de reajuste salarial, R$ 12,00 de vale-alimentação, R$ 80,00 de cesta-básica, plano de saúde, o fim da “dupla pegada”, o fim da hora extra não registrada e o fim da dupla função nos micro-ônibus.

Lamentamos que a única saída dos trabalhadores neste momento, seja o processo grevista por melhores condições de vida e de trabalho, e acreditamos que a responsabilidade dessa situação é do Sindônibus e da Prefeitura Municipal, que poderiam agir para o avanço no processo de negociação.

Informamos que estamos cumprindo o que está previsto no Direito de greve, incluindo o prazo de 72 horas para o inicio das paralisações e que a categoria e contrária ao aumento de passagem.

Caso o Sindiônibus e a Prefeitura estejam preocupados com a mobilidade urbana, pedimos a autorização para aplicar a “catraca livre”.

Pedimos à população que esteja solidária a nós trabalhadores, que a todo o momento tentamos buscar soluções para o processo de negociação.

Os ônibus lotados, terminais desconfortáveis, aperto, longas filas, calor, tempos curtos para a execução de trajetos que levam a velocidades pouco adequadas, dentre outras situações prejudicam nossa categoria e os usuários devem ser mudadas imediatamente! Essa luta também é sua!

Lutamos por um público com qualidade e segurança!

Fonte: SINTRO-CE

quinta-feira, 14 de junho de 2012

"4,88% É UM DESRESPEITO COM OS TRABALHADORES!"

O coletivo CSP-Conlutas pela base na Educação apoia a luta dos rodoviários.


Diante da intransigência patronal na mesa de negociação da Campanha Salarial 2012, com a manutenção da proposta de apenas 4,88% de reajuste nada para o vale-refeição e cesta-básica, os rodoviários de Fortaleza, durante a primeira assembleia da categoria, realizada nesta quinta-feira (14/06), às 09 h, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará, votaram por unanimidade pela greve da categoria.

Hoje a tarde, às 16 horas, haverá a segunda assembleia da categoria na sede do sindicato.

O Presidente do SINTRO, Domingo Neto, afirmou que 4,88% de reajuste a postura do sindicato patronal em não avançar com as negociações é um desrespeito com os trabalhadores, que enfrentam uma jornada exaustiva, a dupla "pegada" e péssimas condições de trabalho. “Os empresários, em nenhum momento, apresentaram mudança em suas propostas econômicas, mantendo o mesmo índice, o do INPC e a categoria que queria negociar e está preocupada com a população, não teve outra solução, além de decretar a greve".

Os trabalhadores reivindicam 15% de reajuste, R$ 80,00 de Cesta-básica e R$ 12,00 de vale-alimentação.

Fonte: SINTRO-CE

terça-feira, 12 de junho de 2012

Rodoviários realizam ato no terminal do Papicu

O coletivo CSP-Conlutas pela base na Educação apoia a luta dos rodoviários.


Na tarde desta sexta-feira (11/06), no terminal do Papicu, Motoristas e cobradores realizaram mais uma assembleia pela campanha salarial 2012.
Cruzando os braços por uma hora no terminal do Papicu para realizar uma assembleia da categoria, esta foi à forma que motoristas e cobradores, apoiados pela direção do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Ceará (SINTRO) demonstraram que caso não haja um avanço satisfatório nas negociações da campanha salarial 2012, a greve do setor será inevitável.
A categoria que decretou estado de greve aguarda a negociação que irá acontecer no dia 13 de junho, ás 14h na Superintendência Regional do Trabalho.
O sindicato está aproveitando as assembleias para comunicar a população e convocar os trabalhadores para a asembleia da categoria que irá acontecer no dia 14 de junho, em dois horários às 9h e às 16h, na sede do sindicato, localizada na Avenida Tristão Gonçalves, 1380, Centro.
Com sete reuniões de negociação, o sindicato patronal mantém a proposta de 4,88% enquanto a categoria luta por 15% de reajuste salarial, R$ 80,00 de cesta-básica, R$ 12,00 de vale-refeição e plano de saúde.
Veja a proposta dos trabalhadores e a dos empresários:
  • Trabalhadores: 25% de reajuste salarial; R$ 12,00 de Vale refeição; R$ 80,00 de cesta-básica
  • Empresários: 4,88% de reajuste salarial e 0% de reajuste
  • Atualmente: R$ 7,00 de vale; R$ 60,00 de cesta-básica
Fonte: SINTRO-CE

Servidores caminham para 1ª greve unificada em quase dez anos

Trabalhadores dos servidores públicos federais votam greve conjunta, que já começou nas universidades e deve se estender aos demais setores em junho

O ato foi simbólico. Com os dois braços estendidos, algumas centenas de trabalhadores de variados segmentos dos serviços públicos federais votaram o início da greve nacional unificada da categoria – num período que vai desta segunda-feira (11) em alguns setores (técnicos das universidades) a 21 de junho, data apontada pelos trabalhadores do Judiciário Federal para parar por tempo indeterminado.

Mas, para além do simbolismo, os braços erguidos que encerraram a plenária das entidades nacionais do funcionalismo, na terça-feira (5), em Brasília, representaram algo concreto que há quase uma década não ocorre num setor que fez história com grandes greves conjuntas: a reunificação da campanha salarial da categoria. A última greve unificada nos serviços públicos federais foi em 2003, em meio à luta contra a reforma da Previdência do recém-eleito governo Lula. “Ano passado fizemos 76 dias de greve e tiramos uma grande lição: a de que o isolamento dos trabalhadores traz um grande prejuízo”, disse David Lobão, do sindicato nacional dos trabalhadores das escolas técnicas federais (Sinasefe). “Vamos construir a maior greve dos serviços públicos. Se existe algum responsável por esse movimento, o responsável são eles [governantes], nós estamos apenas sobrevivendo”, complementou.

Plenária após Marcha com mais de 15 mil

Os servidores votaram simbolicamente porque não houve eleição de delegados à plenária, transcorrida sob uma tenda armada no gramado central da Esplanada dos Ministérios, próximo ao Planejamento. O encontro ocorreu logo após a marcha que levou entre 15 mil e 20 mil servidores e estudantes às ruas de Brasília e percorreu, sob um sol implacável, a Esplanada dos Ministérios por quase duas horas até se concentrar em frente ao Ministério do Planejamento. Foi o maior protesto do ano contra o congelamento salarial e as políticas do governo Dilma Rousseff para os serviços públicos.

O servidor Saulo Arcangeli, em nome da federação nacional (Fenajufe), destacou a decisão dos trabalhadores do Judiciário Federal e do MPU de construírem a mobilização conjunta. O dirigente criticou a postura do governo de na prática não negociar com o funcionalismo de um modo geral e se negar até a conversar com os servidores do Judiciário alegando que são de outro poder da República. “Mas na hora de cortar o orçamento, [é o governo] quem corta”, observou.

Quadro da paralisação

Há desigualdades no quadro de mobilização dos diversos setores do funcionalismo, com maior movimentação na área da educação. Mas, em todos os segmentos, cresce a determinação de construir a greve e fazer isso de forma conjunta. Os docentes das universidades federais já estão paralisados desde 17 de maio. Técnicos administrativos das universidades entram a partir do dia 11. Funcionários das escolas técnicas param por tempo indeterminado no dia 14.

Os servidores da administração direta e determinadas autarquias, reunidos na Condsef, apontaram o início da greve para 18 de junho. Trabalhadores do ramo da seguridade social constroem as condições para também parar. Os auditores fiscais da Receita Federal fazem ‘operação-padrão’ nos dias 13 e 14 próximos. No Judiciário Federal e MPU, a categoria promove atos e paralisações nestes dois dias e prepara a greve para 21 de junho.

O processo de unidade em curso passa pela atuação conjunta das três principais centrais sindicais que atuam no funcionalismo federal: CSP-Conlutas, CUT e CTB, que divergem sobre como veem o governo Dilma Rousseff, mas buscam pontos comuns na luta contra o congelamento salarial e os ataques aos serviços públicos. “Conseguimos construir a unidade na diversidade”, disse Jairo, da CTB. O representante da CUT disse acreditar na consolidação de um forte movimento. O representante da CSP-Conlutas, Paulo Barela, ressaltou que os servidores devem estar unidos caso pensem em evitar derrotas, já que são os principais alvos das medidas econômicas decorrentes da crise, e constituir um movimento vitorioso. “Nós vamos construir a maior greve do funcionalismo público federal e nós vamos dobrar esse governo”, disse.

Por Hélcio Duarte Filho
Luta Fenajufe Notícias
Foto: Andes-SN