terça-feira, 6 de setembro de 2011

No primeiro dia da greve, 12 mil trabalhadores da construção civil tomam as ruas de Belém

O primeiro dia da Greve dos operários da construção civil de Belém impactou e paralisou a cidade. Mais de 25 mil trabalhadores da região metropolitana que compreende Belém, Ananindeua e Marituba, iniciaram a segunda-feira em greve por melhoria salarial e cesta básica. Nas ruas cerca de 12 mil trabalhadores realizaram arrastões e pararam todas as obras. Dois atos se formaram, um pela Rodovia Augusto Montenegro, com o companheiro Ailson Cunha a frente e outro vindo pela Avenida Almirante Barroso com a liderança de Cléber Rabelo e Atnágoras Lopes. Ao final os dois atos se encontraram na região do entroncamento que liga as duas avenidas.

O governo e a sua polícia do lado dos patrões

O governador Simão Jatene (PSDB) não perdeu tempo e logo pela manhã apareceu com todo o seu aparato policial para reprimir a greve. Ficou a serviço da ROTAM (Ronda Tática Metropolitana), polícia especializada em repressão, a tarefa de sufocar a mobilização. Eram viaturas, cavalaria, cães treinados, gás lacrimogêneo, táticos entre outros artifícios a serviço dos donos das empreiteiras. Um dos casos piores foi o das obras na Santa Casa de Misericórdia, uma obra do governo do estado, em que dois trabalhadores foram presos e tiros foram deflagrados contra os operários que paravam as obras. “Acabou a ditadura, mas a polícia continua reprimindo. O governo não dá nenhum apoio. A gente tem que ir pra rua pra conseguir alguma coisa”,relatou o operário Rodrigues, da empresa Freire Mello.

Clima de indignação


Apesar da repressão a adesão da categoria foi absoluta. “O clima é de luta e indignação. Queremos salário, saúde e educação! Somos pais e mães de família, e lutamos pela melhoria de vida de todos”, explanava Cleber Rabelo do auto do carro som para a massa de trabalhadores. Fazendo a alusão a tradicional marcha religiosa do Círio de Nazaré que ocorre anualmente em Belém, os trabalhadores começaram a gritar a palavra de ordem: “Ão, ão, ão é o Círio do Peão” para expressar a multidão que tomava conta da cidade.

Durante a passeata os trabalhadores também gritavam a palavra de ordem “se a construção civil cresceu, eu quero o meu” colocando pra fora a opressão e a exploração vivida dentro dos canteiros de obra de Belém e a necessidade de repartir a riqueza do país.

A presença forte de operárias

também foi outro marco do primeiro dia de greve. Com faixas reivindicando direitos e bandeiras do Movimento Mulheres em Luta as mulheres tiveram uma participação bem ativa. “As operárias devem se unir aos companheiros para tirarmos da patronal nosso aumento e o nosso direito a qualificação e classificação da nossa função do rejunte dentro do canteiro. A reserva de 10% das vagas será fundamental para dar mais oportunidade para as mulheres” disse Deusinha Coordenadora Geral do Sticmb.

A mobilização vai continuar

Após o ato o Comando de Greve formado pela diretoria e vários companheiros da base irá se reunir na sede do sindicato e realizar os ajustes para a o dia de amanhã (terça-feira). Ainda durante a tarde, às 16 horas a comissão de negociação irá se reunir com a patronal para tentar negociação.

O envolvimento das entidades está sendo muito importante para fortalecer a luta dos operários da construção civil de Belém por melhores condições de vida. Entre elas o PSTU, o PCB, a CSP Conlutas, a ANEL, o SINDITIFES, ADUFPA, DCE UFPA entre outros. Envie nota de apoio. Fortaleça essa luta! sticmbpara@yahoo.com.br.

Walter Santos
Fonte: Sítio da CSP-Conlutas

O coletivo CSP-Conlutas pela base na Educação apoia a luta dos operários da construção civil de Belém. 

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