Na manhã desta quinta feira (1º), cerca de oito mil pessoas, entre professores, pais e alunos, organizaram uma manifestação na Assembleia Legislativa do Ceará, na capital fortalezense, região Nordeste do Brasil, com o intuito de conseguir apoio dos parlamentares para a realização de uma audiência com o Governador do Estado, Cid Gomes (PSB), a fim de discutir as propostas da categoria.
O ato teve início com uma caminhada, com faixas, cartazes e palavras de ordem, que saiu da Praça da Imprensa com destino à Assembleia Legislativa. Quando se dirigiam para o Plenário, onde pretendiam falar com o presidente, Roberto Cláudio (PSB), para que mediasse uma audiência com o governador do Estado, foram surpreendidos pela polícia. Foi montada uma barreira para impedir a entrada dos manifestantes, houve enfrentamento entre professores, pais e alunos das escolas públicas e universidades por quase uma hora.
Segundo Francisco Robson Alves, professor de história e sociologia da Escola Estadual Antonieta Siqueira, no bairro Pici, os professores e alunos exigiram a saída da polícia para que tivessem acesso ao plenário. “Estamos aqui para defender nosso piso salarial e a implantação dos Planos de Carreira e remuneração dos profissionais da educação básica e do magistério público, um direito que é nosso”, disse.
Segundo Robson, os professores exigem que o governador respeite e faça cumprir a Lei Federal do Piso e o Plano de cargos e carreiras para profissionais de nível médio, graduados e pós-graduados. “É inaceitável que tenhamos que fazer uma manifestação para exigir que o Estado cumpra a lei, quando na verdade ele tem por obrigação fazer valer”, critica.
Uma comissão formada por professores e representantes do Sindicato dos professores e servidores no estado do Ceará (Apeoc) se reuniu com comissão formada por parlamentares da assembleia. Na ocasião, marcaram para amanhã (2), a partir das 9h, uma audiência para tratar do assunto. Independente dos encaminhamentos, a categoria permanece com uma assembleia geral marcada para amanhã, às 15h no Ginásio Aécio de Borba.
A greve, que teve início no dia 5 de agosto, foi suspensa pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) na última sexta-feira (26), sob pena de pagar R$ 10 mil reais por cada dia de paralisação. A categoria deveria retomar as atividades no prazo de 48 horas. No entanto, como não foram notificados da ilegalidade da greve permaneceram paralisados.
Para Robson, o sentimento que fica nesse momento é de indignação e revolta. “Viemos de forma pacífica exigir melhoria e qualidade nos serviços e somos recebidos de forma violenta na casa que é considerada do povo”, finaliza.
Reação nas redes sociais
Após declaração do governador do estado do Ceará, Cid Gomes, durante evento no Rio Grande do Norte, de que “quem quer dar aula faz isso por gosto e não pelo salário”, centenas de pessoas decidiram se mobilizar nas redes sociais. No Facebook, a campanha “Cid Gomes, doe o seu salário e governe por amor!” obteve a adesão de quase 20 mil pessoas, que demonstraram sua indignação contra o governador e saíram em defesa dos professores, em greve há 27 dias.
Fonte: Diário da Liberdade
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