A CSP-Conlutas repudia veementemente as declarações reacionárias, homofóbicas e racistas do deputado Jair Bolsonaro do PP (Partido Progressista), num programa de TV na última segunda-feira, 28 de abril.
O deputado afirmou, dentre outras coisas, que “não viajaria num avião pilotado por um cotista e nem seria operado por médico cotista”, referindo-se à política de cotas raciais. Além disso, acusou a comunidade gay de promiscua e de “comportamento de quem não tem pai presente e de quem não recebeu uma boa educação”.
A entrevista deixou bastante evidente a orientação política de cunho ultradireitista do deputado, que disparou seu arsenal de preconceitos e ainda fez apologia à ditadura militar. “Os presidentes militares são meus gurus na política”, afirmou. Ele ressaltou ainda que “daria umas porradas no meu filho se ele fosse pego fumando maconha e que se agir com energia é tortura, o torturaria sim”.
É lamentável as posições defendidas pelo deputado Bolsonaro. Temos que encarar este episódio com a seriedade que o tema requer, pois, constantemente ele faz declarações desse tipo e nenhuma punição é aplicada.
Posturas como estas, vindas de um parlamentar que tem a incidência na opinião pública que o cargo oferece, devem ser combatidas e punidas. Elas são os ingredientes que nutrem os grupos e indivíduos que têm praticado cada vez mais atos de violência contra gays, negros e demais setores oprimidos na nossa sociedade.
Um exemplo disso foi o caso recente ocorrido com o militante do Setorial GLBT da CSP-Conlutas, Guilherme Rodrigues. Ele foi covardemente atacado por um grupo que num posto de gasolina tentava agredir um casal gay. Ao identificarem Guilherme como homossexual partiram para intimidá-lo e o agrediram.
Manifestação contra ataque homofóbico - A nossa Central juntamente com outras organizações realizou na última segunda- feira (28) uma manifestação repudiando a agressão e exigindo a punição dos culpados. O ato foi em frente ao 4º Distrito Policial, próximo a Av. Paulista, local onde Guilherme registrou o Boletim de Ocorrência após ser agredido. Cerca de 100 ativistas e diversas organizações participaram do protesto.
Segundo Guilherme, o ato foi também em solidariedade a todas as vitimas que sofreram ataques homofóbicos, além disso, os manifestantes exigiram que seja aprovado o PLC-122, projeto de lei que criminaliza a homofobia.
Para Guilherme as declarações do deputado federal são inadmissíveis. “Este deputado tem que ser punido. Ele representa quão opressivo é o governo”, denunciou.
Por tudo isso é necessária e urgente a punição para o deputado Bolsonaro que por incrível que pareça é suplente nas Comissões de Direitos Humanos e Minorias na Câmara dos Deputados. Precisamos realizar todas as ações políticas e jurídicas para responder a altura a este senhor que vive disseminando a intolerância, caldo de cultura para o fascismo.
Ana Pagamunici - Membro da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas e do Setorial de Mulheres
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