Na última Assembleia da categoria, um encontro representativo, os professores do município recusaram a proposta de calendário – que amplia abusivamente a carga de trabalho nas escolas – apresentada pela gestão Roberto Claudio, na figura de seu secretário de Educação Ivo Gomes, e defendida pela DIREÇÃO MAJORITÁRIA do SINDIUTE. Diante da proposta da CSP-CONLUTAS a assembleia apontou pela retirada das assinaturas dos diretores do chamado Pacto de Responsabilidade Social e Pedagógica proposto pela prefeitura, que na verdade representava um conjunto de ataques a direitos conquistados pelos professores.
Contudo, apenas conquistamos, de fato, a primeira vitória ao rechaçarmos o calendário da prefeitura/SME. Agora, devemos continuar na luta para impedir a sua implantação nas escolas. Para tanto, exigimos que a DIREÇÃO MAJORITÁRIA DO SINDIUTE respeite a decisão da assembleia e posicione-se contra a aplicação do calendário. Essa deve ser a postura de um sindicato democrático: acatar a decisão de seus representados.
O que representa o calendário de Roberto Claudio e Cid Gomes?
O fato é que Roberto Claudio e Cid Gomes fazem parte de um mesmo projeto político aliado do governo Dilma, que tem como objetivo impor uma lógica de eficiência empresarial ao serviço público. Entende-se por isso corte de gastos para as áreas sociais como educação, saúde e segurança, associada a uma maior carga de trabalho para os servidores, assim como o ataque a qualquer forma de organização coletiva dos trabalhadores.
Roberto Claudio visa aplicar essa lógica em nossas escolas quando oferece plenos poderes aos diretores e impõe um calendário que ataca a jornada de 40 horas semanais, o direito a licença médica, férias e feriados. O projeto em curso visa a retirada definitiva desses direitos. A proposta de calendário letivo de Roberto Claudio vem com um suposto direito de adesão individual. Mas o fato é que não existe democracia real nas escolas e na relação com a gestão. Com a pressão dos diretores com plenos poderes e as ameaças cotidianas, o objetivo é impor o calendário a todos. Os professores que aderirem serão considerados os “responsáveis” e os que não optarem pela adesão serão vistos como “irresponsáveis”. Essa é a base do pacto recentemente. A responsabilidade pedagógica e social para com nossos aluno(a)s é tarefa dos trabalhadores em educação.
O governo oferta uma suposta melhoria salarial a custo da imposição de uma maior carga de trabalho, ao mesmo tempo em que se culpa a greve dos professores pelo calendário atrasado e má qualidade do ensino público. Roberto Claudio quer, com essas práticas, atacar a luta dos professores e suas alternativas de melhoria de condições salariais.
Qual o caminho para conseguir uma verdadeira qualidade na educação pública?
O discurso do governo, na suposta defesa da qualidade da educação, tem como verdadeira intenção atacar conquistas históricas da categoria. Melhorar a qualidade da educação passa por professores melhor renumerados; redução e adequação da quantidade de alunos das turmas superlotadas; 1/3 da hora aula para planejamento; escolas com bibliotecas e laboratórios estruturados; uma menor carga de trabalho para os professores; e aumento do investimento em educação. Propostas que não fazem parte do chamado pacto de responsabilidade social e pedagógica.
Queremos a regularização do calendário, mas não a qualquer custo. Um calendário que não retire direitos, como férias; descanso em feriados e imponha o trabalho aos sábados; ou ampliação da carga de trabalho. Medidas que na realidade não refletem uma real melhoria na qualidade de ensino, mas em um processo de perseguição e adoecimento dos trabalhadores da educação. Portanto, devemos todos dizer NÃO ao calendário do governo. Nossos direitos não estão à venda!
- Nenhum direito a menos!
- Contra a aplicação do calendário do governo Roberto Claudio e DIREÇÃO MAJORITÁRIA!
- Redução da carga de trabalho com aumento salarial!
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