quinta-feira, 31 de maio de 2012

Coragem: operários resistem e seguem na greve da categoria

Trabalhadores decidem pela continuidade da greve e autorizam sindicato a negociar por empresa



Na manhã desta quinta-feira (31/05) o cenário na Praça Portugal pode ser traduzido pelo tradicional grito de luta do coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Nestor Bezerra, “tá bonitooooo!”.

Cerca de quatro mil operários ocuparam a praça em um exemplo de unidade, resistência e luta, “é uma categoria de guerreiros gigantes, o sindicato não abandona esses trabalhadores e eles não abandonam o sindicato”, afirmou Bezerra.

No meio da mobilização, relatos de dificuldades financeiras, como despejo, falta de dinheiro para as compras do mês e pagamentos de contas, os operários mostravam seus contracheques com depósitos de apenas R$ 2. Mas, mesmo assim, não faltaram declarações de luta e companheirismo. “Podem julgar, criminalizar e cometer injustiça, mas os operários sabem por que estão em luta e que em casa existe uma família para sustentar, temos uma categoria unida por dignidade, comida, respeito e por uma sociedade mais justa”, constatou Bezerra.

O coordenador geral também questionou sobre os motivos pelos quais “os donos do poder estarem todos unidos para criminalizar os trabalhadores ao invés de denunciar a morte de operários e a postura do sindicato patronal na mesa de negociação”.

De braços erguidos, em meio a gritos de luta, os trabalhadores seguiram até a Avenida Abolição, onde em assembleia decidiram pela continuidade do processo grevista e autorizaram o sindicato a fechar acordo com as empresas que desejarem negociar sobre a compensação dos dias parados.

Impasse nas negociações – Nesta quarta-feira (30/05), os operários da construção civil realizaram uma assembleia na Praça Portugal para definir os rumos do processo grevista da categoria, depois que a negociação ocorrida na terça-feira (29/05) na Assembleia Legislativa terminou sem que a categoria obtivesse uma resposta satisfatória do Sindicato Patronal sobre a negociação dos dias parados.

Segundo Nestor Bezerra, os trabalhadores não querem obrigar as empresas a pagar pelos dias parados, mas não aceitam assinar nenhuma cláusula que abra mão de uma negociação de compensação por empresa ou que as que desejam paguem por esses dias.

Greve julgada ilegal – Bezerra se mostrou surpreso ao saber que o sindicato patronal, enquanto estava negociando durante toda à tarde na Assembleia Legislativa, tentava uma ação de ilegalidade de greve na Justiça do Trabalho, “tudo isso é para mim mais uma demonstração de total desrespeito ao processo de negociação, aos trabalhadores e também aos Deputados que se dispuseram a realizar a mediação”.

A direção do sindicato pretende recorrer da decisão judicial que decretou a ilegalidade, tendo em vista que a decisão partiu de apenas um único desembargador enquanto, segundo a Assessoria jurídica da entidade a decisão caberia ao pleno do tribunal formado por um total de oito Desembargadores.

A categoria, em assembleia, decidiu por continuar o processo grevista.

Com informações do site A Voz do Peão

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Professores federais em greve participam de audiência pública na Comissão Especial do PNE


Integrantes do Comando Nacional de Greve (CNG) estiveram nesta terça-feira (29) no Congresso Nacional para falar com parlamentares sobre a pauta reivindicatória dos docentes das instituições federais de ensino. Mais cedo eles foram ao Senado Federal, onde conversaram com os senadores Cristovam Buarque (PDT/DF) e Ana Amélia (PP/RS) e à tarde participaram, na Câmara, da sessão da Comissão Especial que está analisando o Plano Nacional de Educação. Na ocasião, o representante do CNG, João Santiago (UFPA), informou que a greve está forte em todo o país e já atinge 47 instituições federais de ensino, sendo 43 universidades (Veja a lista aqui).

Nesta quarta (30), os docentes do CNG voltam à Câmara para participar de audiência na Comissão de Educação e Cultura (CEC).

Além dessas instituições, os docentes do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow Fonseca, no Rio de Janeiro (Cefet-RJ), decidiram nesta terça-feira (29) paralisar suas atividades a partir da próxima quinta (31). As últimas instituições que entraram em greve foram as universidades federais de Santa Maria (RS), Grande Dourados (MS) e Tocantins (TO). Cerca de 2 mil estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizaram nesta terça uma assembleia em que aprovaram apoio à greve dos professores e a adesão à paralisação.

10% do PIB

Nas visitas que fizeram no Senado Federal, os integrantes do CNG explicaram as razões da greve. Nos gabinetes onde não conseguiram falar com os senadores, deixaram um conjunto de documentos explicando os motivos da greve. “Com os dois senadores que conseguimos conversar pedimos para que eles intercedessem junto ao governo para que fossem reabertas as negociações”, informou João Santiago.

Na fala que fez na Comissão Especial do PNE, o professor falou sobre as razões que levara os professores a entrar em greve e sobre a necessidade de que seja investido já os 10% do PIB em educação. “Se hoje não há recursos para valorizar os professores, ou para investir em infraestrutura, é porque o país investe menos do que deveria em educação”, defendeu.

Fonte: Andes-SN

domingo, 27 de maio de 2012

Carta dos operários da construção civil à população

Nota Pública Sobre a Nossa Greve 

Fortaleza, 25 de maio de 2012

Estamos em nosso 18º dia de Greve. Hoje, realizamos na Praça Portugal mais uma assembleia geral de nossa categoria e votamos, por unanimidade, pela manutenção do processo grevista.

Dirigimos-nos ao povo Cearense para agradecer o apoio e solidariedade que temos recebido ao longo desses dias de imensa batalha e longas caminhadas, onde lutamos por um pouco mais de dignidade, respeito, melhores condições de trabalho e de salário.

Temos enfrentado uma intransigência absurda por parte dos empresários da indústria da construção civil que, obtém lucros exorbitantes com caras vendas de prédios luxuosos que brotam em cada esquina da cidade. Fortaleza, possuí atualmente inúmeros canteiros de obras.

Através desta nota desejamos esclarecer a verdade de nosso movimento, denunciando as informações incompletas, distorcidas e desatualizadas que, infelizmente são veículadas em alguns dos meios de comunicação cearenses.
Para o trabalhador, é muito importante que a população saiba o quanto são modestas as nossas reivindicações:

Piso salarial para o servente de obra: R$ 640,00
Piso Salarial para o meio profissional: R$ 725,00
Salário do profissional: R$ 970,00
Mestre de obras: R$ 1.700,00
Encarregado de obra: 1.150,00
Reajuste para outras profissões de 9,47%
Cesta-básica no valor de R$ 50,00
Não desconto dos dias de greve

Mas, lamentavelmente várias noticias publicadas, ainda citam nossas primeiras propostas, como por exemplo, 17% de reajuste, cesta-básica de R$ 80, etc.

Lutamos também pelo fim das mortes e acidentes de trabalho, desde o ano passado, 28 operários morreram no exercício de sua profissão.

O fato é que os empresários se recusam a dar um aumento de R$ 15,00 mensal no valor da cesta-básica e querem impor um salário miserável de menos de R$ 640,00 , e para conseguir satisfazer sua ganância ainda desencadeiam uma verdadeira campanha que visa criminalizar o direito, LEGAL E LEGITIMO, do exercício da greve.

Somos atacados violentamente por alguns meios de comunicação impressos e televisivos de uma forma extremamente pejorativa e agressiva que suprimem, de maneira intencional, a verdadeira razão do impasse.

Reafirmamos nossa disposição de seguir na luta pelos nossos direitos e contamos com o apoio de todos na defesa por melhores condições de vida e de trabalho.

Somos pais e mães de família, e através deste comunicado, buscamos deixar pública a verdade. 

Nestor Bezerra 
Coordenador Geral do STICCRMF e da CSP-Conlutas

terça-feira, 22 de maio de 2012

Convite: Reunião do coletivo CSP-CONLUTAS pela base na Educação

Todos e todas estão convidados a participar da reunião da CSP-CONLUTAS pela base na Educação.

Será nesse sábado,  26 de maio,  às 15h.

Local: Sindicato da Construção Civil (Rua Agapito dos Santos, n° 480).

Participe!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Presente! Nota de condolências ao falecimento do companheiro do SINTSEM Carlos Antônio da Silva Ferreira

Na madrugada desta segunda-feira (21), por volta das 1h30, veio a óbito o companheiro do SINTSEM (Sindicato dos Servidores de Limoeiro do Norte-CE), Carlos Antônio da Silva Ferreira, conhecido como professor Carlinhos. A causa de sua morte foi insuficiência renal. Carlos estava na fila de transplante de rins.

Esse camarada lutava na região do Vale do Jaguaribe em defesa da educação. Foi um assíduo militante da CSP-Conlutas e um dos fundadores do SINTSEM do qual era diretor.

Seu corpo irá para o SINTSEM, às 15h, de onde partirá para cemitério Nossa Senhora do Carmo. O enterro acontecerá às 17 horas de hoje.

A CSP-Conlutas lamenta a morte do companheiro e dedica sinceras condolências aos familiares e companheiros de luta de Carlos Antônio da Silva Ferreira.

Com informações de Reginaldo Araújo

domingo, 13 de maio de 2012

Organização de base para fortalecer a CSP-Conlutas e as lutas dos trabalhadores!

No final da tarde de sábado, segundo dia de Congresso, o painel sobre “Organização de Base nos locais de trabalho, de moradia e nas escolas” mobilizou o plenário e foi também um dos temas principais do Congresso. Não foi à toa o tema “Avançar na organização de base”.

À mesa, o secretário executivo nacional da CSP Conlutas, José Maria de Almeida; do dirigente do MTST, Felipe Brito; e do coordenador nacional do Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL), João Batista da Fonseca, refletiram sobre como organizar os trabalhadores em seus locais de trabalho, na luta pela moradia e por terras. Como garantir que os próprios trabalhadores se organizem em seus espaços para efetivamente serem os protagonistas de suas lutas.

Dentro desse contexto, a questão territorial das cidades e do campo, bem como os danos causados pela política dos Governos, com destaque para os danos causados pela vinda da Copa do Mundo e das Olimpíadas, também foram assuntos tratados no debate.

Zé Maria, o primeiro a falar, abordou o problema da burocratização sobre o movimento sindical, a importância da organização nos locais de trabalho e a necessidade da construção da Central sustentada por pelo pilar da organização de base. A educação para a autodeterminação, segundo o membro da Executiva da Central, significa estimular no trabalhador a ideia de que ele é dono do seu destino e aquilo que ele decidiu coletivamente tem que ser soberano. 

Por outro lado, o dirigente lembrou o processo de burocratização pelo qual passou a CUT e mencionou um questionamento muito comum entre os trabalhadores: O que vai garantir que a CSP-Conlutas não se transforme numa nova CUT daqui a alguns anos?

“Responder a essa pergunta de forma positiva é que nos impõe a demanda de promover essas mudanças profundas na nossa forma de organização”, disse referindo-se ao projeto político de organização de base. Ou seja, a democratização dos sindicatos, que diz respeito à importância da presença do sindicato nos locais de trabalho; o fortalecimento das lutas, que ocorre com os trabalhadores organizados em cada local de trabalho e, por fim, respeitar efetivamente a autodeterminação dos trabalhadores: são eles quem decidem.

Entre as iniciativas que permitem avançar no trabalho de base, foi lembrado o quanto o movimento desperdiça os organismos já existentes como as Cipas (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e as comissões de base ou de locais de trabalho. São formas de organização são fundamentais no processo de fortalecimento da Central pela base.

Felipe fez um histórico da ocupação urbana no Brasil. Ele tomou como exemplo a Favela da Praia do Pinto, da década de 1930, removida no Governo Negrão de Lima no Estado da Guanabara. “Os ocupantes foram jogados para lugares isolados da área urbana”, disse. Explicou ainda que os mega eventos como copa e olimpíadas são ferramentas utilizadas para implementar a política de cidade-empresa e não servem para reforma urbana. “Isto é, ao contrário da propaganda oficial de ser bom para o Brasil, na realidade, prejudicam a milhares no país. Copa e olimpíada significam despejos e ataques à classe trabalhadora”, garantiu.

João Batista destacou o avanço que significou a criação da CSP Conlutas no combate às formas tradicionais de organização tuteladas por governos e patrões. Reforçou de que o burocratismo não é conclamado pela Central, que defende efetivamente a participação da Bse nas decisões. “Não temos que ter medo de dizer que combatemos o autoritarismo e que construímos gestões democráticas em todos os espaços, com participação da base nas fábricas, repartições, escolas, na juventude, nas ocupações urbanas, rurais e nos assentamentos”, afirmou. Apresentou também a proposta do MTL de promover empreendimentos de autosustentação e autogestão nos assentamentos e acampamentos rurais organizados pelo movimento.

As intervenções dos camaradas da plenária trataram do enfrentamento à criminalização dos movimentos e dos trabalhadores. Além de outros assuntos, em sintonia com o conteúdo abordado por palestrantes, como a questão dos agrotóxicos e das CIPAS.

Camila, professora da rede estadual de são Paulo e do Movimento Mulheres em Luta, compartilhou com o público da plenária parte do debate do 1º Encontro de Mulheres Trabalhadoras. Ela citou como bom exemplo de organização de base o caso das companheiras da organização civil de Belém, uma categoria que tem maioria masculina. Graças à iniciativa do sindicato, de organizar as mulheres trabalhadoras, existem 7 delegadas da categoria nesse congresso. “É importante que os sindicatos tenham mais olhos e mais ouvidos nos locais de trabalho. E quando nós vamos aos locais de trabalho, nós podemos ver as necessidades das mulheres”, disse.

A organização de base é vital para o fortalecimento e consolidação da CSP-Conlutas e do avanço das lutas da classe trabalhadora. A luta da Central, conforme dito no painel, não é somente melhorar o salário e as condições de trabalho, ela busca uma dimensão política maior: a transformação dessa sociedade para uma sociedade libertária governada pelos trabalhadores.

Por Lara Tapety – SINDSEF-SP