CENÁRIO NACIONAL DE LUTA E ORGANIZAÇÃO DOS PROFESSORES PELOS SEUS DIREITOS!
Já há algumas semanas, visualizamos nas ruas e até na mídia, o movimento de luta e organização dos professores das redes públicas de ensino de várias cidades e estados do país pela manutenção de seus direitos. Sabemos que a educação nunca foi prioridade em nenhum Governo no Brasil, esse descaso com adquire continuidade no governo de Dilma quando esta realiza um corte de 50 bilhões no orçamento, dentre os quais 3 bilhões são relativos à educação. Mas os ataques do governo Petista à educação não se resumem meramente ao corte orçamentário, basta observar que o Plano Nacional de Educação (PNE) segue a mesma linha de descaso ao lançar para 10 anos a meta do PIB de 7% para a educação prosseguindo com as estratégias de privatização do setor. Contudo, reivindicamos 10% do PIB para educação já!
Assim, percebemos que NÃO são os governos, mas SIM os PROFESSORES, os maiores defensores do ensino público, pois estes estão diariamente em sala de aula sofrendo com baixos salários, com a falta de estrutura e materiais de trabalho, com a truculência dos diretores e como se já não fosse muito, ainda tem que ver o que lhes é garantido por lei não ser atendido. Com base nessa negligência proposital dos Governos em insistirem em não priorizar a educação, o movimento de professores vem deflagrando GREVES por vários estados do Brasil, alguns destes: Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Porto Alegre, Fortaleza, entre outros. Para fortalecer a luta dos professores a unidade é essencial. Com isso, realizamos um chamado para que os professores do estado do Ceará venham se somar a greve dos professores do município de Fortaleza, pois a sua luta também é a luta dos professores do Estado.
Em Fortaleza, os professores municipais deflagraram a GREVE GERAL no dia 26 de abril, chegando a um mês de incansáveis comandos de greve, assembléias, atos, ocupação da câmara e muita disposição para dar continuidade a luta organizada.
Contudo, a Prefeita Luizianne se nega a atender as reivindicações dos professores, e tenta realizar um sério ataque as suas condições de vida ao arquitetar um projeto de alteração do PCCS que rebaixa os ganhos do professor em nível graduado previsto na referida lei, aprovado pela mesma prefeita, que de um ganho de 24% sobre o vencimento do nível médio passa a ser de apenas 7%. Isso, diante dos valores salariais, significa um ganho real imediato de apenas 2% aos professores com graduação e impede a progressão dos professores com nível médio para o nível de graduado. Essa Mensagem, de fato, pretende destruir o PCCS e dividir a carreira!
Diante disso, no dia 25 de maio os professores ocuparam a Câmara Municipal de Fortaleza na tentativa de impedir a votação na plenária da mensagem ilegal e imoral encaminhada pela prefeita.
COM MUITA GARRA, OS PROFESSORES CONSEGUIRAM SUSPENDER A VOTAÇÃO DA MENSAGEM NESTE DIA!
OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR SÃO DESVALORIZADOS!
A realidade da educação pública marcada pelas péssimas condições de trabalho atinge a alunos e aos professores em suas diversas áreas. Tal realidade não é diferente quando observamos o cotidiano do professor de educação física nas escolas públicas que é marcada pela constante inexistência de livro didático para a socialização teórica dos conteúdos, estrutura inadequada para execução das atividades didáticas, as condições estruturais precárias como a falta de bolas, de quadras esportivas em condições adequadas para as atividades práticas, o desvio de funções que distancia o professor das atividades próprias da disciplina, a ausência de tempo para planejamento, as aulas com turmas super lotadas, a desconsideração da educação física como componente curricular obrigatório da escola, a retirada da disciplina da grade curricular e etc. Essas são as questões que permeiam a realidade da educação física, que se somam aos problemas mais gerais do salário rebaixado para os docentes do magistério e a ausência de espaços para a formação continuada.
Por conta dos baixos salários destinados aos professores da escola pública muitos de nós professores de educação física somos obrigados a trabalhar fora do espaço escolar para adquirirmos uma renda mínima que possa suprir a nossas necessidades básicas. De forma que além das duas jornadas de trabalho na escola somos obrigados a uma terceira jornada de trabalho em atividades fora da escola marcada muitas vezes pela lógica de prestação de serviços onde a informalidade impera, concretizando assim a caça a direitos básicos garantidos pela CLT. São por essas razões que a educação física precisa unir forças na luta pelo piso salarial com os professores do estado e prefeitura, pois é somente na luta coletiva com os trabalhadores da educação que nós professores de educação física iremos mudar essa realidade de negação de nossos direitos por parte dos governos.
O CREF NÃO REPRESENTA OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA!!!!
Muitos professores de educação física depositam suas esperanças de melhoria de vida na atuação do sistema CONFEF/CREF’s. Ao agir dessa forma acabamos por entender o conselho profissional enquanto uma instituição que surge para defender e apoiar as luta dos trabalhadores da educação física. Tal compreensão, equivocada, sobre as funções do CONFEF/CREF’s foram por muito disseminadas pelos seus próprios conselheiros enquanto estratégia de sua consolidação como representantes legítimos da categoria.
Mas a verdade é que esse conselho nunca lutou em favor dos professores de educação física, mas pelo contrário, esse conselho tem efetivado um desserviço à luta dos trabalhadores quando fragiliza a sua luta a partir de intervenções que nos dividem aos criar duas titulações (bacharel e licenciado) e ao nos dividir enquanto professores com a criação do chamado “profissional” de educação física. E sua intervenção apenas reduz nossas condições de vida, quando diante dos péssimos salários com os quais sobrevivemos ainda nos impõe um custo de uma filiação por demais onerosa para podermos exercer a nossa profissão, perpassando a cobrança do referido registro profissional inclusive em alguns municípios de nosso estado para atuação na escola, o que é ilegal.
Diante desse fato, podemos afirmar categoricamente que o sistema CONFEF/CREF’s não representa os nossos interesses enquanto trabalhadores da educação e é incapaz de levar a diante a nossa luta. Quem representa o trabalhador da educação é seu sindicato. E nesse momento é necessário que os professores de educação física se organizem e participem efetivamente da luta que se trava pela aplicação de nossos direitos, e que possamos, também, construir uma pauta de reivindicações especificas à realidade da educação física.
Nós do MNCR convidamos os professores de educação física a construir a nossa luta em conjunto com os demais trabalhadores da educação na CSP Conlutas pela base na Educação, espaço de organização de base que verificamos a primazia pela democracia.
- Implantação imediata do Piso Salarial
- 1/3 para planejamento
- Unificação da luta estado e município
- Valorização do professor de educação física
- Professor de Educação Física Sim, recreador NÃO!!!
- Não ao desvio de funções
- Garantia das aulas de educação física na escola
- Condições de estrutura adequadas para as aulas de educação física
- Educação Física como componente curricular obrigatório
- Pelo fim do assédio moral contra os professores de educação física e de todos os professores
VAMOS PARA LUTA PROFESSORES! NÃO VAMOS MAIS DEIXAR QUE NOS TRATEM COMO BOBOS DA CORTE DA ESCOLA!
CSP Conlutas pela base na educação - Próxima reunião: 18 de junho (sábado), às 15h no Sindicato dos Rodoviários (SINTRO) – Av. Tristão Gonçalves, 1380 – Centro (em frente ao Hospital SOS); Contato: 3206 6650 / Félix: 88003795.
Visite o blog: http://cspconlutaspelabasenaeducacao.blogspot.com/
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