sábado, 18 de junho de 2011

Greve: professores da rede estadual, ameçados com corte de salário, fazem passeata no Centro do Rio

Foto Paulo Nicolella /Agência O Globo.
RIO - Em greve há dez dias por melhores salários, professores e outros profissionais da rede estadual de educação fizeram uma passeata pelas ruas do Centro, na manhã desta sexta-feira. De acordo com a Guarda Municipal, cerca de duas mil pessoas acompanharam a manifestação, a maioria vestindo camisa preta. Os trabalhadores, que se concentraram na Candelária por volta das 10h, fizeram um apitaço pela Avenida Rio Branco. O grupo seguiu pela Avenida Antônio Carlos até o Tribunal de Justiça do Rio, onde deram um abraço simbólico ao prédio. Uma comissão do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) tentou ser recebida pela juíza Isabela Pessanha Chagas, que conversou apenas com a deputada estadual Janira Rocha (Psol), que representava a categoria. A magistrada teria dito à parlamentar que vai tentar ajudar na busca por uma solução.

Os manifestantes estacionaram o carro de som na Rua Erasmo Braga, ao lado do TJ. A lateral do prédio do fórum fica em frente à sede da Secretaria estadual de Planejamento. Os grevistas queriam conversar com o secretário Sérgio Rui Ruy Barbosa, mas não conseguiram encontrá-lo. De acordo com sua assessoria, ele recebeu o pedido nesta manhã e não teve tempo de agendar a reunião. Na próxima semana Barbosa vai entrar em contato com Sepe para marcar o encontro. O secretário estadual de Educação deverá ser convidado.

Durante a passeata, os manifestantes pararam em frente à sede da Secretaria de Educação, na Rua da Ajuda, e gritaram palavras de ordem. Quando chegaram à Erasmo Braga, os grevistas foram surpreendidos com o fechamento do portão do prédio da Secretaria de planejamento. Policiais militares ficaram na entrada para impedir a entrada dos professores, que protestaram. Os coordenadores do movimento, no entanto, orientaram os manifestantes a evitar atritos, o que poderia prejudicar ainda mais a negociação. Dois carros do Batalhão de Choque acompanham o protesto.

A maioria dos manifestantes vestia uma camiseta preta com a inscrição "SOS Educação - Negociação já". A Guarda Municipal acompanhou o ato para tentar orientar o trânsito.

De acordo com Vera Nepomuceno, coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), a categoria não teve reajuste em 2009 e 2010, e, até o momento, o governo não chamou os trabalhadores para negociar. Segundo ela, os professores estão sendo ameaçados com corte de salário.

- Entramos com ação na Justiça para garantir que não haverá corte. Queremos sensibilizar os juízes. Ainda nesta sexta-feira, vamos abraçar o prédio do Tribunal de Justiça - disse Vera, acrescentando que falta sensibilidade ao governo. - Sérgio Cabral gosta de falar que a mãe é professora. Dona Magali, conversa com seu filho para ele respeitar o professor.

Além de professores, alunos de escolas estaduais participaram da manifestação.

- Apoiamos o movimento porque o salário do professor é uma falta de respeito com ele e com os alunos. O governador aluga aparelhos de ar condicionado e computadores. Se comprasse o material, o custo seria menor. Eles não investem bem o dinheiro - disse Sérgio Cardoso, presidente do grêmio estudantil do Ciep 175, de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

Os professores reivindicam 26% de aumento, incorporação de uma gratificação por produtividade, plano de carreira para funcionários e eleição para diretores de escolas. Eles também rejeitam o plano de metas proposto pela Secretaria de Educação. De acordo com os grevistas, a adesão à greve chega a 80%, mas a Secretaria de Educação diz que este percentual não chega a 2%.

Fonte: O Globo

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