O corte de sete bilhões no
orçamento da educação é bem emblemático para uma pátria que se diz educadora.
Com o aprofundamento da crise econômica, os ataques vêm em forma de
terceirizações, ajuste fiscal, cortes nos serviços públicos, desemprego,
endividamento dos trabalhadores, aumento na tarifa de energia etc. Tudo isso
para garantir o lucro de meia dúzia de banqueiros e grandes empresários. Mesmo
assim, a CUT, maior central sindical do país, segue apoiando o Governo.
Por sua vez, o Congresso avança
em seu conservadorismo. Atacando inclusive os partidos pequenos como PSTU, PCB,
PCO e PPL, impedindo que os mesmos tenham acesso ao fundo partidário e a
propaganda eleitoral.
Diante dessa realidade, as
condições de vida da classe trabalhadora e do povo pobre se deterioram. Impondo
assim a necessidade de lutar contra tudo isso. É preciso se organizar e
unificar os trabalhadores do campo e da cidade, juventude e movimentos sociais,
fortalecer os sindicatos como instrumentos de luta, e defender um programa que
atenda as reivindicações por emprego, saúde, educação, segurança, moradia,
transporte e etc.
Infelizmente, as direções
burocráticas e traidoras usam as entidades em seu próprio beneficio para obter
vantagens não se colocando a serviço da luta dos trabalhadores.
Nesse contexto podemos localizar
o 7º congresso do Sindiute que ocorreu nos dias 5, 6 e 7 de junho de 2015 em
Beberibe, ressaltando que o último congresso aconteceu em 2008, mesmo o
Estatuto determinando que os congressos ocorressem anualmente (artigo 17º).
Com o lema Educação, Luta e
Democracia a atual direção ligada à articulação sindical PT, em sua tese, além
de negar os levantes de junho, como ação contra o governo do PT, também não
reconhecem a primavera árabe como revoluções, onde as massas insurgem contra as
ditaduras. E diante dos ataques do congresso com o projeto de terceirização em
todos os setores da economia, escrevem um artigo no jornal do Sindiute edição
28, maio de 2015 deixando evidente que concordam em parte com a terceirização.
E para que não reste dúvida do
governismo dessa direção fazem coro com o governo federal e com a burguesia no
chamado ajuste fiscal que nada mais é a retirada dos direitos dos
trabalhadores. Quando admitem que o seguro desemprego era alto e as pensões por
morte aconteciam sob relações maritais suspeitas dizendo que é uma correção e
não retirada de direitos. (caderno de resoluções p. 7).
Sobre os recursos para a educação
defendem a política de fundo (fundeb) e admitem que os recursos públicos se
destinem a educação privada. (caderno de resoluções p. 15). E ainda defendem o
PNE que na sua essência é privatista e meritocrático, ou seja, permite que
recursos públicos se destinem a educação privada e desobriga o Estado da
responsabilidade pela educação pública e contém avaliação de desempenho de
alunos, professores e escola.
No quesito democracia registrar
que nenhuma corrente que atua no movimento dos professores além da direção
majoritária teve assento na abertura do congresso. E para deixar claro o grau
da democracia nesse evento nós da CSP Conlutas pela base da educação durante os
três dias tivemos vinte minutos de fala enquanto companheiros de outra
organização foram impedidos de falar por não terem escritos documentos.
Contrariando o Estatuto (artigo 21, parágrafo único).
Não podemos deixar de observar
que esse congresso ocorreu com muitos gastos. Duas festas 1º e 2º dia,
restaurante liberado, musica ao vivo no jantar etc. Não somos contra que os
trabalhadores usufruam das coisas boas que produzimos, porém não podemos deixar
de lembrar o ditado: quando a esmola é grande o cego desconfia. Por que tanto
gasto? Enquanto sobrou festa faltou em discussões política, começando pela
escolha dos delegados, realizada sem discussões nas escolas e localizadas em
poucas regionais para sem discussões políticas com a categoria aprovar mais um
ano de mandato prorrogando as eleições para o próximo ano (2016) e aprovando um
Estatuto que contém entre outras coisas: mandato de quatro anos, punição para
quem criticar a direção, poder de perseguição para quem se opor a direção,
proporcionalidade branca com a figura do presidente (antes não havia
presidente), seis meses de filiação para votar, criação de mais dez
secretarias, antes eram nove com sindicato atuando em todo Estado, agora só no
município passa para dezenove secretarias e exigência de setenta e quatro nomes
para compor uma chapa e antes só bastavam trinta e sete quando era estadual.
Enfim uma direção que depois de
criar um sindicato com dezesseis professores na sede da CUT sem discussão com a
categoria realizam um congresso sem espaço para um debate político onde
legitima esse sindicato que nasce filiada a CNTE-CUT e aprova um Estatuto no
sentido de perpetuar a atual direção no poder.
No âmbito municipal os desafios
também são inúmeros. O Governo Roberto Claudio segue governando para os ricos e
atacando os trabalhadores. Uma das principais pautas do Sindiute é a GIL
(Gratificação de Incentivo à Lotação), que obriga o professor a trabalhar
doente para ter direito, contrariando até mesmo o estatuto do magistério.
Lutamos pela valorização profissional e não abrimos mão de nossos direitos.
Nesse sentido, trabalhar doente é inaceitável. Não devemos nos limitar a lutar
por um único direito enquanto há um conjunto de ataques do prefeito contra a
categoria. O IPM segue sendo sucateado ao máximo pela atual gestão. Devemos
lutar, porém não podemos nos limitar somente pela defesa da Gil enquanto há
outras pautas a serem reivindicadas, direitos como licença prêmio, anuênios e
redução da carga horária por idade não são respeitados.
- Contra Dilma
(PT), Aécio (PSDB), Cunha e Temer (PMDB)!
- Nem o PT
representa mais os trabalhadores, nem a oposição de direita é alternativa!
- Derrotar o
ajuste fiscal! Que os ricos paguem pela crise!
- Por uma
alternativa classista dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre!
- A CUT devia
romper com o governo e a Força Sindical com o Aécio e o Cunha!
- É necessária
uma Greve Geral! Contra o Governo e a Direita!
- Em defesa dos
direitos dos trabalhadores! Em defesa dos aposentados!
- Contra o PPE,
que reduz salário e não garante emprego! Contra as terceirizações!
- Contra o
Governo Roberto Claudio, que governa para os ricos e ataca os trabalhadores!
- Contra a
precarização do IPM! Em defesa da saúde e previdência dos trabalhadores!
- Pela imediata
garantia dos direitos de licença prêmio, anuênios e redução da carga horária
por idade!
Convite
Venha construir a luta dos
professores e a CSP-Conlutas!
Reunião sábado (26/09), às 15
horas
Local: Sindicato dos Rodoviários
– Av. Tristão Gonçalves, 1380 – Centro (em frente ao Hospital SOS)
Contato: 3206 6650 / Félix:
88003795.
CSP Conlutas pela base na Educação