terça-feira, 8 de setembro de 2015

BALANÇO DO CONGRESSO DO SINDIUTE

O corte de sete bilhões no orçamento da educação é bem emblemático para uma pátria que se diz educadora. Com o aprofundamento da crise econômica, os ataques vêm em forma de terceirizações, ajuste fiscal, cortes nos serviços públicos, desemprego, endividamento dos trabalhadores, aumento na tarifa de energia etc. Tudo isso para garantir o lucro de meia dúzia de banqueiros e grandes empresários. Mesmo assim, a CUT, maior central sindical do país, segue apoiando o Governo.

Por sua vez, o Congresso avança em seu conservadorismo. Atacando inclusive os partidos pequenos como PSTU, PCB, PCO e PPL, impedindo que os mesmos tenham acesso ao fundo partidário e a propaganda eleitoral.

Diante dessa realidade, as condições de vida da classe trabalhadora e do povo pobre se deterioram. Impondo assim a necessidade de lutar contra tudo isso. É preciso se organizar e unificar os trabalhadores do campo e da cidade, juventude e movimentos sociais, fortalecer os sindicatos como instrumentos de luta, e defender um programa que atenda as reivindicações por emprego, saúde, educação, segurança, moradia, transporte e etc.

Infelizmente, as direções burocráticas e traidoras usam as entidades em seu próprio beneficio para obter vantagens não se colocando a serviço da luta dos trabalhadores.

Nesse contexto podemos localizar o 7º congresso do Sindiute que ocorreu nos dias 5, 6 e 7 de junho de 2015 em Beberibe, ressaltando que o último congresso aconteceu em 2008, mesmo o Estatuto determinando que os congressos ocorressem anualmente (artigo 17º).

Com o lema Educação, Luta e Democracia a atual direção ligada à articulação sindical PT, em sua tese, além de negar os levantes de junho, como ação contra o governo do PT, também não reconhecem a primavera árabe como revoluções, onde as massas insurgem contra as ditaduras. E diante dos ataques do congresso com o projeto de terceirização em todos os setores da economia, escrevem um artigo no jornal do Sindiute edição 28, maio de 2015 deixando evidente que concordam em parte com a terceirização.

E para que não reste dúvida do governismo dessa direção fazem coro com o governo federal e com a burguesia no chamado ajuste fiscal que nada mais é a retirada dos direitos dos trabalhadores. Quando admitem que o seguro desemprego era alto e as pensões por morte aconteciam sob relações maritais suspeitas dizendo que é uma correção e não retirada de direitos. (caderno de resoluções p. 7).

Sobre os recursos para a educação defendem a política de fundo (fundeb) e admitem que os recursos públicos se destinem a educação privada. (caderno de resoluções p. 15). E ainda defendem o PNE que na sua essência é privatista e meritocrático, ou seja, permite que recursos públicos se destinem a educação privada e desobriga o Estado da responsabilidade pela educação pública e contém avaliação de desempenho de alunos, professores e escola.

No quesito democracia registrar que nenhuma corrente que atua no movimento dos professores além da direção majoritária teve assento na abertura do congresso. E para deixar claro o grau da democracia nesse evento nós da CSP Conlutas pela base da educação durante os três dias tivemos vinte minutos de fala enquanto companheiros de outra organização foram impedidos de falar por não terem escritos documentos. Contrariando o Estatuto (artigo 21, parágrafo único).

Não podemos deixar de observar que esse congresso ocorreu com muitos gastos. Duas festas 1º e 2º dia, restaurante liberado, musica ao vivo no jantar etc. Não somos contra que os trabalhadores usufruam das coisas boas que produzimos, porém não podemos deixar de lembrar o ditado: quando a esmola é grande o cego desconfia. Por que tanto gasto? Enquanto sobrou festa faltou em discussões política, começando pela escolha dos delegados, realizada sem discussões nas escolas e localizadas em poucas regionais para sem discussões políticas com a categoria aprovar mais um ano de mandato prorrogando as eleições para o próximo ano (2016) e aprovando um Estatuto que contém entre outras coisas: mandato de quatro anos, punição para quem criticar a direção, poder de perseguição para quem se opor a direção, proporcionalidade branca com a figura do presidente (antes não havia presidente), seis meses de filiação para votar, criação de mais dez secretarias, antes eram nove com sindicato atuando em todo Estado, agora só no município passa para dezenove secretarias e exigência de setenta e quatro nomes para compor uma chapa e antes só bastavam trinta e sete quando era estadual.

Enfim uma direção que depois de criar um sindicato com dezesseis professores na sede da CUT sem discussão com a categoria realizam um congresso sem espaço para um debate político onde legitima esse sindicato que nasce filiada a CNTE-CUT e aprova um Estatuto no sentido de perpetuar a atual direção no poder.

No âmbito municipal os desafios também são inúmeros. O Governo Roberto Claudio segue governando para os ricos e atacando os trabalhadores. Uma das principais pautas do Sindiute é a GIL (Gratificação de Incentivo à Lotação), que obriga o professor a trabalhar doente para ter direito, contrariando até mesmo o estatuto do magistério. Lutamos pela valorização profissional e não abrimos mão de nossos direitos. Nesse sentido, trabalhar doente é inaceitável. Não devemos nos limitar a lutar por um único direito enquanto há um conjunto de ataques do prefeito contra a categoria. O IPM segue sendo sucateado ao máximo pela atual gestão. Devemos lutar, porém não podemos nos limitar somente pela defesa da Gil enquanto há outras pautas a serem reivindicadas, direitos como licença prêmio, anuênios e redução da carga horária por idade não são respeitados.

  • Contra Dilma (PT), Aécio (PSDB), Cunha e Temer (PMDB)!
  • Nem o PT representa mais os trabalhadores, nem a oposição de direita é alternativa!
  • Derrotar o ajuste fiscal! Que os ricos paguem pela crise!
  • Por uma alternativa classista dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre!
  • A CUT devia romper com o governo e a Força Sindical com o Aécio e o Cunha!
  • É necessária uma Greve Geral! Contra o Governo e a Direita!
  • Em defesa dos direitos dos trabalhadores! Em defesa dos aposentados!
  • Contra o PPE, que reduz salário e não garante emprego! Contra as terceirizações!
  • Contra o Governo Roberto Claudio, que governa para os ricos e ataca os trabalhadores!
  • Contra a precarização do IPM! Em defesa da saúde e previdência dos trabalhadores!
  • Pela imediata garantia dos direitos de licença prêmio, anuênios e redução da carga horária por idade!


Convite
Venha construir a luta dos professores e a CSP-Conlutas!
Reunião sábado (26/09), às 15 horas
Local: Sindicato dos Rodoviários – Av. Tristão Gonçalves, 1380 – Centro (em frente ao Hospital SOS)
Contato: 3206 6650 / Félix: 88003795.



 CSP Conlutas pela base na Educação