sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ENEM, uma política nacional de avaliação falida

Escola tradicional do Ceará distribui 14 questões idênticas às do ENEM, duas semanas antes da prova

Por Bezerra, de Fortaleza (CE)* 

Mais uma vez, a aplicação do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) transformou-se num escândalo nacional. Nas edições de 2009 e 2010, a avaliação nacional, utilizada por muitas universidades públicas e privadas como instrumento de acesso ao ensino superior, já tinha ocupado as manchetes dos principais jornais do país. Há dois anos, um dos cadernos da prova fora roubado de dentro da gráfica contratada pelo MEC/INEP (Ministério da Educação/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) para confeccionar as provas. Já em 2010, um erro na impressão dos cadernos levou mais de 10.000 alunos a refazerem suas provas.

Desta vez, tudo indica que estamos diante de um dos maiores escândalos desde que a prova começou a ser utilizada como forma de ingressar no ensino superior. Uma das mais caras e tradicionais escolas particulares do estado do Ceará, o colégio Christus, distribuiu um material didático para seus alunos, há duas semanas antes da realização do ENEM, com 14 questões idênticas a das provas aplicadas no último final de semana. O fato tornou-se público quando um dos estudantes da instituição postou nas redes sociais o material produzido e distribuído pela escola entre seu corpo discente.

Desde então, o ENEM 2011 virou matéria judicial e, literalmente, caso de polícia. O Ministério Público Federal do Ceará já pediu a anulação do exame. A Defensoria Pública da União também está aconselhando o INEP que cancele a prova ou, pelo menos, anule as questões vazadas. O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais entrará com uma representação no Ministério Público Federal, para que o mesmo também solicite o cancelamento da prova.

Já o MEC/INEP tenta isentar-se do processo e colocar panos quentes no escândalo, decretando que os 639 estudantes do colégio Christus terão suas provas canceladas e, se quiserem, podem fazer um novo ENEM no final do mês de novembro. Além disso, o Ministro da Educação, Fernando Haddad, acionou a Polícia Federal para investigar o caso.

O Christus é conhecido pela aprovação de seus alunos em cursos de alta concorrência das melhores universidades púbicas do país e as caras mensalidades praticada pela escola. É uma empresa educacional, voltada, preferencialmente, para a classe média alta cearense e que tem negócios espalhados nos ramos de confecção, gráfico e de segurança. 

A administração do colégio diz que as questões fizeram parte do pré-teste aplicado pelo INEP no ano passado (fato confirmado pelo MEC) e que, possivelmente, alunos colocaram as mesmas no banco de questões da escola. A partir daí houve uma feliz coincidência. A escola conseguiu elaborar um material com 14 questões idênticas ao do exame! Tudo não passaria de uma sorte tremenda, dentro de um cálculo de probabilidade parecido com os da chance de ganhar na mega-sena, se não fosse a existência de um detalhe: o pré-teste é algo sigiloso, ou pelo menos deveria ser, e suas questões não podem tornar-se públicas.

Lobby dos Tubarões do Ensino e Corrupção dentro do MEC e do INEP

Todos os indícios apontam para o vazamento das questões ou da prova como um todo. Não é possível afirmar como, detalhadamente, as questões vazaram e qual o nível de envolvimento da escola neste processo. Pode ser que a escola seja peixe pequeno dentro de um esquema muito maior que envolve donos de escolas particulares, passando pelas empresas prestadoras de serviço do MEC/INEP até chegar à alta hierarquia deste órgão.

Estamos diante de um escândalo que, caso fosse investigado seriamente por uma comissão independente formada pela OAB, comunidade escolar e organizações da classe trabalhadora, poderia comprovar a existência de uma forte rede de corrupção que envolve a elaboração e aplicação da prova.

A influência das empresas de educação não se restringe ao ENEM. É sabido por todos que as grandes instituições de ensino privado do país exercem um forte lobby na elaboração das políticas educacionais vigentes. São elas as principais beneficiadas pelo processo de mercantilização da educação brasileira que teve como base o desmonte da escola pública.

Só para se ter uma ideia do crescimento deste setor, é importante dizer que, na última década, as grandes escolas particulares criaram suas próprias faculdades e universidades. Aqui no Ceará, os tubarões do ensino da rede básica estão nadando nos mares fartos da rede superior de ensino há mais de uma década. Colégios como Farias Brito, Christus, 7 de Setembro, Lourenço Filho e Evolutivo já possuem suas próprias faculdades há tempos. Ou seja, do lucrativo negócio no ensino fundamental e médio partiram para explorar o mercado dos cursos superiores.

Neste exato momento, este setor da burguesia brasileira, está pressionando o governo da presidente Dilma para aprovar o Plano Nacional de Educação 2011-2020 (PNE). Este projeto, além de manter a proposta de expansão das matrículas no ensino básico e superior público, com patamares baixíssimos de investimento e, portanto, sem prezar pela qualidade do processo de ensino-aprendizagem, legaliza e expande a transferência de dinheiro público para as instituições privadas.

O que fazer?

O vazamento das questões é uma prova que estamos diante de um processo viciado e sem credibilidade. Além de cancelar o exame e aplicar um novo, uma investigação independente do governo, conduzida pela Comissão de Educação, Justiça e Direitos Humanos da OAB, sindicatos, pais, estudantes e trabalhadores em geral deveriam apurar quem são os verdadeiros responsáveis pela fraude. Ao final, todos os bens de corruptos e corruptores deveriam ser presos.

A saída proposta pelo Ministro Haddad é uma vergonha. Cancelar a prova de 639 alunos do colégio é penalizar o elo mais frágil e as vítimas desta história. Haddad, os estudantes não têm culpa! A manobra do governo tem uma explicação simples. O custo político de assumir a lambança do processo é alto. O ministro é o candidato do governo à prefeitura da capital mais rica do país (São Paulo), que hoje é governada pelo PSD de Kassad. Além disso, o governo Dilma está mergulhado em escândalos de corrupção. Cinco ministros já caíram por envolvimentos em esquemas de desvio de dinheiro e público e favorecimento às grandes empresas, o mais recente foi o ex-ministro dos esportes, Orlando Silva (PCdoB). Portanto, controlar o desfecho desta novela é fundamental para os planos políticos de Haddad e para não causar mais uma mancha no governo Dilma.

É necessário um novo modelo de acesso ao Ensino Superior

O ENEM foi criado em 1998, no Governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), pelo então Ministro da Educação Paulo Renato. Sua implantação foi uma exigência dos planos neoliberais elaborados por organismos internacionais com finalidade de reestruturar as redes de ensino. Na época, a avaliação tinha como objetivo central aferir a qualidade do ensino médio a partir das provas aplicadas aos estudantes que estavam concluindo um ensino médio.

Hoje, o exame é o principal instrumento avaliativo para os milhões de jovens e trabalhadores que pretendem ingressar no ensino superior. Tanto instituições públicas como particulares aderiram ao Enem para selecionar seus candidatos. Além de ser conhecido por tentar trabalhar questões que conecta os conteúdos programáticos à realidade dos estudantes e aos fatos da atualidade, substituindo o famoso mecanismo “decoreba” do vestibular, ele veio com a promessa de democratizar o acesso ao ensino superior.

Passado três anos, pode-se concluir que o ENEM não democratizou o acesso ao ensino superior público do país. A maioria dos estudantes das escolas públicas continua privada do acesso à universidade. Existem casos de universidades federais que, desde a adoção do ENEM, viram o número de estudantes, oriundos da rede pública, cair em suas matrículas. Muito dos que cursam o ensino superior são vítimas de um ensino esvaziado e precário ofertados por instituições particulares que não sabem sequer o significado da palavra pesquisa e extensão. Além disso, muitos bolsistas são vítimas de preconceito por parte da universidade, não tendo os mesmos direitos de um “aluno comum”. Existem também aqueles que não sabem como vão pagar a mensalidade ou financiamento feito pelo FIES (Programa de Financiamento do Ensino Superior)

É necessário um novo modelo de avaliação do Ensino Médio que ajude a detectar os problemas humanos, estruturais e sócio-econômicos que faz do Brasil o país com o maior índice de evasão escolar, nesta faixa de ensino, em toda América Latina. E, a partir daí, construir políticas públicas para superá-los

Do mesmo modo, é preciso que, como uma medida emergencial e transitória, haja cotas para negros e estudantes de escolas públicas nas universidades públicas. Falamos em medida transitória, porque defendemos o livre acesso ao ensino superior, o que só pode ser garantido se o país construir novas universidades, centros de ciência e pesquisa, produção cultural, esporte, valorizar o magistério e investir na educação básica. Não pode ser que as escolas continuem sendo depósito de jovens e crianças, sem estrutura material e com professores doentes e mal remunerados. Não aceitamos que o conhecimento científico e as artes sejam negados a maioria da população. Por isso lutamos pelos 10% do PIB para educação Pública Já, defendemos o não pagamento das dívidas interna e externa e a independência do país frente ao monopólio científico dos grupos multinacionais.

*professor da rede pública estadual do Ceará

Reunião desse sábado adiada


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Trabalhadores em Educação em greve no Pará ocupam prédio público

No dia 26 de outubro, a greve dos trabalhadores em Educação da rede estadual do Pará completou um mês. A principal reivindicação da categoria são o pagamento do piso nacional salarial e sua incorporação na carreira.

Neste dia, ocorreram manifestações em vários locais do País e a marcha a Brasília chamada pela CNTE pela aplicação imediata de 10% do PIB para a educação pública e a defesa do piso nacional.

A marcha no Pará contou com a presença de 600 trabalhadores que seguiram em passeata pelo centro de Belém e ocuparam o prédio da Secretaria de Administração da cidade. O ato foi em repúdio a intransigência do governo Simão Jatene (PSDB) em não pagar o piso nacional e o desconto abusivos no contracheque de vários profissionais.

A greve dos professores do Pará é mais uma, das várias que já ocorreram esse ano em todo o país. Ocorre num momento onde as escolas públicas e seus profissionais agonizam diante de um sistema educacional falido. Por isso, a mobilização e a luta da categoria também estão junto com a exigência ao governo Dilma, que aplique 10% do PIB para a educação pública.

Campanha pelos 10% do PIB - A cada dia cresce a adesão a campanha dos 10% do PIB. Vários trabalhadores já se comprometeram em realizar o plebiscito em novembro no seu local de trabalho. Portanto, é necessário que todas as entidades comprometidas com a educação pública participem do plebiscito em novembro, coletando votos em todo o país, pois só com o aumento do financiamento em educação é que poderemos dar os primeiros passos em direção a uma educação pública e de qualidade.

O movimento Luta Educador – CSP Conlutas, vem defendendo na greve que a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) chame uma greve nacional pelo piso no início de 2012, pois só dessa maneira poderemos colocar os governos de todo o país na parede e garantir de fato a aplicação da Lei Piso e a valorização profissional.

Com informações de Abel Ribeiro, de Belém 
Fonte: Sítio da CSP-Conlutas

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Veja material elaborado pelo Ilaese: “A Educação no Brasil e os 10% do PIB Já!”


Segue material elaborado pelo Ilaese (Instituto Latino Americano de Estudos Socioeconômicos) para dar subsídios para a discussão sobre a campanha e plebiscito dos 10% do PIB para educação pública, já!.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A educação pública merece respeito!


Assim se constrói uma nação: 10% do PIB já para a educação

Não dá mais para aguentar. O descaso dos governantes com a educação pública chegou ao limite. Péssimos salários para os que nela trabalham. Jornadas estafantes. Salas de aula superlotadas. Escolas detonadas. Infraestrutura destruída. Falta de universidades estatais e as poucas que existem sucateadas. Falta de professores e funcionários. Enfim um desastre total. Quem perde com isso, além dos trabalhadores em educação, são os estudantes e principalmente a população trabalhadora que tem seus filhos na escola pública.A causa disso é fácil de ver e bastante palpável. O investimento em educação do governo federal e dos governos estaduais e municipais são irrisórios, minúsculos para a necessidade do país. De acordo com a UNESCO, foi destinado apenas 4% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil na Educação. Enquanto isso para o pagamento da “dívida pública”, nome pomposo para o que o Brasil paga aos “coitadinhos” dos banqueiros nacionais e internacionais, são destinados 23.4% do PIB, segundo o próprio Tesouro Nacional. Mesmo que o governo invista agora os 10% do PIB na educação, estará bem abaixo do que ele já destina aos banqueiros.

Banqueiros recebem mais que educação - A consequência disso se reflete nos orçamentos do governo federal e dos governos estaduais e municipais. Praticamente metade do orçamento da união (49%) está destinado à “dívida pública”, apelido carinhoso que o governo e a mídia dão para os agiotas nacionais e internacionais. Já a educação recebeu a “estrondosa” parte de 2,96%. Traduzido em dinheiro, R$ 954 bilhões foram para os banqueiros e R$ 56 bilhões foram para a educação. A maioria dos estados e municípios não destina o mínimo do orçamento definido pela constituição para a educação. O argumento esfarrapado é que falta dinheiro. O que falta é vergonha na cara e prioridade. O Brasil, 7ª economia do mundo, está em 93º lugar no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) na área da educação. É um dos países com os piores investimentos: o custo médio por aluno é de 960 dólares por ano. Botswana, país pobre da África, investe 2.203 dólares por aluno. (veja quadro). 

PNE - Está no Congresso Nacional o PNE (Plano Nacional de Educação). Ele define as metas do país no setor para os próximos dez anos. O prazo previsto para a votação dos deputados é novembro. O governo Dilma está propondo aplicação de 7% do PIB em...(acreditem)... 2020. Este índice já era previsto pelo PNE atual para 2010, mas não foi cumprido. Assim como não foram cumpridas as metas do plano daquele período (veja quadro). Além disso, parte considerável das já pequenas verbas destinadas à educação é repassada para o setor privado, engordando seus lucros. Por isso é fundamental a união de todos na campanha pela aplicação dos 10% do PIB do país na educação já. Isso significaria aplicar R$ 367 bilhões na escola pública e nada desse dinheiro para os tubarões do ensino privado. Vamos unir os homens e as mulheres que trabalham na educação, os e as estudantes, os pais, enfim, toda a classe trabalhadora que precisa de uma educação pública de qualidade. Do norte ao sul, do leste ao oeste do país, uma voz só deve ser ouvida, vamos buscar o que é do povo: 10% do PIB já para a educação pública!

























Extrato do Jornal Especial Educação da CSP-Conlutas

sábado, 15 de outubro de 2011

Amanda Gurgel - Dia do professor é todo dia



Olá meus colegas educadores de todo o Brasil!

Este está sendo um ano especial porque os trabalhadores da educação se levantaram para lutar por seus direitos e por uma escola pública de qualidade. Com muita força e disposição, estamos enfrentando a intransigência dos governos e da justiça, que já mostraram toda a sua insensibilidade diante do caos da educação. Neste 15 de outubro, Dia do Professor e da Professora, data que graças aos governantes deste país nós não temos muito a comemorar, quero deixar minha mensagem de apoio e incentivo para que a gente continue lutando. A maior comemoração que podemos fazer neste dia é homenagear todos e todas que lutaram e lutam em defesa da educação pública. Desejo que esta data nos sirva para levarmos à frente nossa tão importante Campanha pelos 10% do PIB em Educação Pública Já, que em novembro tomará de vez as ruas através de um plebiscito. Por isso, meus sinceros votos de felicidade e muitas lutas. Afinal, nosso dia é todo dia.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

15 de Outubro: É tempo de ir para as ruas!



No dia 15 de outubro, o comitê local da Campanha "10% do PIB para a Educação Pública, Já!" estará realizando atividade na Praça do Ferreira, a partir das 8h30, com agitação e coleta de assinaturas no abaixo-assinado, por ocasião do Dia do(a) Professor(a) e do Marcha Mundial da Juventude (15.O). Convidamos a todos e a todas para se integrarem as atividades da Campanha.


CALENDÁRIO DA CAMPANHA:

15/10 - Atividade na Praça do Ferreria - 8h30 às 11h.
18/10 - Rádio Debate com o tema da Campanha (Rádio Universitária) - 11h30 às 12h30.
18/10 - Lançamento da Campanha no Sintro (Sindicato dos Rodoviários) - 18h.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Professor George explica os pontos tratados na reunião

10% do PIB para a Educação Pública

A campanha pela aplicação dos 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a Educação Pública Já! tem o objetivo de destinar mais recursos e investimentos no setor. Essa campanha já articulou com diversos setores e organizações envolvidos a preparação desse movimento nacionalmente. Além disso, no mês de setembro foram organizados comitês nas regiões, e lançamentos regionais da campanha com atividades e palestras, debates, atos e seminários.

Já estão prontos a arte dos adesivos e cartazes para reproduzi-los na íntegra ou utilizá-los para fazer materiais que combinem com as questões especificas de algum setor que queiramos envolver na campanha. Um blog para a divulgação da campanha também foi criado e já está no ar. Nele serão divulgadas as atividades agendadas e as que acontecerem.

O abaixo-assinado está sendo amplamente divulgados no qual é denunciado a precariedade e a falta de investimentos na Educação, exigem também mais investimentos nessa área partindo de aumento de percentual das verbas do PIB para a Educação.

Para o mês de outubro serão organizadas aulas públicas sobre tema em todo país.


Todas essas iniciativas servirão para lançar um Plebiscito Popular em todo o país em favor dos 10% do PIB para a Educação Pública Já quando se pretende coletar centenas de milhares de votos em favor dos 10% do PIB para a Educação Pública Já.

Veja abaixo o manifesto da Campanha

10% do PIB para a Educação Pública, já! Por quê?

A educação é um direito fundamental. Pode ampliar a leitura de mundo e comprometer as pessoas com uma sociedade justa e igualitária. Por isso, a luta dos trabalhadores na constituinte buscou assegurá-la como “direito de todos e dever do Estado”. No entanto, o Estado brasileiro não cumpre sua obrigação Constitucional. O Brasil possui mais de 14 milhões de analfabetos totais e 29,5 milhões de analfabetos funcionais (PNAD/2009/IBGE) – cerca de um quarto da população está alijada de escolarização mínima. Esses analfabetos são basicamente provenientes de famílias de trabalhadores do campo e da cidade, notadamente negros e demais segmentos hiperexplorados da sociedade. As escolas públicas – da educação básica e superior – estão sucateadas, os trabalhadores da educação sofrem inaceitável arrocho salarial e a assistência estudantil é localizada e pífia.

O Plano Nacional de Educação – Proposta da Sociedade Brasileira (1997), a partir de um diagnóstico da realidade educacional, indicou metas para a universalização do direito de todos à educação que implicavam um investimento público da ordem de 10% do PIB nacional. Naquele momento o Congresso Nacional aprovou 7%, percentual vetado pelo governo FHC e veto mantido pelo governo Lula da Silva. Hoje o Brasil aplica menos de 5% do PIB nacional em Educação. Passados 14 anos, a proposta do governo para o PNE em debate no Congresso Nacional define a meta de 7% do PIB para a Educação em… 2020!

Não podemos aceitar o argumento de que não há recursos. O pagamento da dívida pública, as isenções fiscais para o setor empresarial, o recurso público usado para a copa e as olimpíadas, o dinheiro público que se perde na corrupção… Há verba, é preciso reverter as prioridades, garantindo o investimento público na implementação dos direitos sociais universais.

Nós, abaixo-assinados, manifestamos nosso apoio à campanha em defesa da aplicação imediata de 10% do PIB para a Educação Pública!

CAMPANHA “10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA, JÁ!”

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Mais de cinco mil professores participam de passeata em Fortaleza


A passeata dos professores em greve, realizada na tarde desta segunda-feira (3), seguiu até o Palácio da Abolição. Segundo o Sindicato dos Professores e Servidores do Ceará (APEOC), mais de 5 mil pessoas participam da marcha, que teve início na Assembleia Legislativa, às 14 horas.

Os manifestantes fizeram pronunciamentos e gritaram palavras de ordem ao lado da sede do Governo. A Polícia Militar acompanhou a caminhada, mas nenhum incidente foi registrado. Os protestos devem acontecer até às 18 horas.


De acordo com os grevistas, uma reunião com o Chefe de Gabinete do Governador, Ivo Gomes, para debater as propostas de adequação do piso salarial da categoria está marcada para as 11 horas desta terça-feira (4). Às 15 horas está prevista uma Assembleia Geral no Ginásio Paulo Sarasate, para discutir a continuidade do movimento grevista.



Fonte: Jangadeiro Online